quarta-feira, 8 de outubro de 2008

História da Arqueologia Pré-Histórica

A Pré-História, também conhecida como fase do "comunismo primitivo", foi o primeiro estágio cultural do homem com instrumentos fabricados por ele há cerca de 1 milhão de anos. O seu fim data-se com o surgimento dos primeiros estados, civilizações e da escrita, por volta de 3200 a.C. Por não existir documentos escritos da evolução humana anteriores a invenção da escrita, o estudo depende de restos humanos, utensílios e objetos, analisados por arqueólogos, antropólogs, entre outros cientistas, para que possamos determinar costumes e culturas da época.
O trabalho de Christian Jürgensen Thomsem, no século XVIII, foi o marco da Arqueologia Pré-Histórica. Ele desenvolveu uma poderosa técnica de classificação cronológica através de análises em artefatos. Seu patriotismo foi um dos principais motivos para começar seus estudos como muitos antiquários da época. Em 1816, a Comissão Real Dinamarquesa convidou Thomsem para fazer o catálogo da coleção de antiguidades para exibição. Foi então que Thomsem decidiu dividir a coleção em 3 classificações cronológicas, subdividando a Pré-História em Idade da Pedra, Idade do Bronze e Idade do Ferro.
Sven Nilsson, ao contrário de Thomsem, se interessou no desenvolvimento das economias de subsistência e não somente na tecnologia. Para ele o crescimento populacional era o fator que transformou os caçadores-coletores do Paleolítico em pastores num primeiro momento, depois agricultores do então Neolítico.
Outra contribuição influente na Arqueologia escandinava foi Jens Worsaae. Foi o primeiro arqueólogo profissional especializado em Pré-História. Seu treinamento foi trabalhar como voluntário junto a Thomsem. Suas escavações confirmaram a cronologia de Thomsem. Seu estudo sobre vestígios Vikings na Bretanha e Irlanda mostrou que a classificação de Thomsem era aplicável em toda a Europa.
Na Europa e América do Norte (EUA foi o único país não europeu a desenvolver uma tradição de pesquisas arqueológicas indígenas antes do século XIX) a relação entre Arqueologia Pré-Histórica e Etnologia eram ligadas e as idéias iluministas, base desta ligação, foram cada vez mais modificadas ou até abandonadas.
O racionalismo iluminista deu lugar ao conservadorismo favorecendo o racismo étnico cultural. James Pritchard acreditava que quanto mais civilizados os povos tornavam-se, mais igualavam-se aos europeus. Grupos primitivos tinham pele escura e os civilizados eram progressivamente mais claros.
John Lubbock incorporou uma visão Darwinista à Arqueologia Pré-Histórica. Sustentou que em sociedades primitivas contemporâneas iluminam o comportamento dos seres humanos pré-históricos. Fez-se assim uma série de apontamentos esquemáticos a respeito de sociedades tribais modernas (aborigenes australianos, hotentotes, vedas, ilhéus andameneses, tasmanianos, fijianos, maoris, taitianos, tongas, esquimós, índios norte-americanos, índios paraguaios, patagônios e fueguinos). A idéia racista de Lubbock reforçou a interpretação arqueológica dos EUA.
Visões como a de Pritchard relacionam os descobrimentos Arqueológicos com algumas idéias Imperialistas, caso do racismo étnico, cultural e religioso. O egocentrismo de nações imperialistas fortaleciam e fortalecem, ainda hoje, idéias como esta.


Bibliografia: TRIGGER, Bruce. História do pensamento arqueológico. São Paulo: Odysseus Editora, 2004.

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