domingo, 20 de abril de 2014

Entrevista concedida ao Caderno ELLAS do Jornal Minuano.

ELLAS PARA ELES edição especial

IVAN PINHEIRO

Ivan César dos Santos Pinheiro, aos 25 anos, já possui um longo histórico curricular, contando com Bacharelado em História na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Licenciatura em História na UNIJUI e é Mestrando do curso de Patrimônio Cultural na área de Arqueologia e Paleontologia da Universidade Federa de Santa Maria (UFSM). O que traz o professor e músico até as páginas do Ellas para Eles em edição especial é seu estilo de vida em conjunto com seu profissionalismo. Libriano típico, porém bem decidido, como ele mesmo confessa. O historiador fala sobre sua relação em sala de aula e do quanto é importante estudar. E quando questionamos aquela perguntinha básica sobre o estilo, ele prova que é apaixonado mesmo por História: "Então... Acho que sou meio 'à moda antiga', o que soa apropriado para um historiador... (risos). Até musicalmente! Para eu gostar de uma música ela tem que envelhecer uns quatro anos, por aí! (risos)". Confira o bate-papo e conheça um pouco mais dos talentos de nossa cidade.

Para que séries dá aula?
"No Colégio Espírito Santo dou aulas para todo o Ensino Médio e para o 4º ano do Ensino Fundamental. No Monsenhor dou aulas para o 9º e 7º anos. No Julinha Taborda para todas as totalidades da EJA, Ensino Fundamental."

Qual o lado mais difícil de ser tão jovem e ter de ensinar os alunos adolescentes?
"Difícil essa... Eu tenho consciência de que a minha abordagem é diferente, pelo fato de ser mais novo, de ser um professor do estilo século XXI mesmo, que brinca com a matéria, que tenta usar a linguagem deles para aproximá-los o máximo possível do contexto trabalhado, por ser um professor que trabalhou durante 4 anos em cursinho... Mas no geral tudo é bem tranquilo. Imponho-me de maneira sutil, porém consigo fazer com que me escutem. Pelo meu estilo de aula, também, eles acabam não sendo “difíceis”, o que torna as coisas mais fáceis para mim."

O que tu mais gosta na tua profissão?
"Bá, diversas coisas! Eu amo ser Músico, acho que cada evolução na minha carreira conquistada com muito suor e humildade sempre. Não sou o tipo de músico que fala mal dos outros, pelo contrário, sempre tento apoiar a galera. Gosto de vender o meu peixe, não por defeito no dos outros. Já na História... Eu amo a história! Se ela fosse uma mulher, eu casava com ela! (risos). Na verdade eu fiz bacharelado porque meu foco sempre foi a pesquisa, tanto em História quanto em Arqueologia, são minhas paixões. A Licenciatura surgiu na minha vida como uma opção de sobrevivência na minha área, porém me conquistou de uma maneira que hoje não me vejo fazendo outra coisa! Então, tento unir as duas. Ao mesmo tempo em que me dedico à pesquisa (mestrado e futuramente doutorado), dou minhas aulas que são minha atual fonte de renda principal."

De que maneira faz com que eles pensem em seguir os estudos, depois que concluem o Médio?
"Bom, eu trabalho com duas realidades bem diferentes. No Estado eu tento informar o máximo possível a eles sobre os benefícios da universidade, formas de ingresso como vestibular, ENEM, Fies e bolsas que as federais oferecem, além da moradia nas casas de estudante, comida dos RU, etc. Eles nunca sabem nada disso! Também digo a eles que nós somos o que estudamos! É isso que será nosso legado e é isso que nos abre um leque de oportunidades na vida! Pode acontecer o que acontecer comigo, me tirarem dinheiro, emprego, família, bens materiais em geral, mas o que eu sou, o que eu estudei, meu título de Historiador, Arqueólogo e Professor, isso ninguém me tira e vai me acompanhar até a morte. Tento incentivá-los quanto a isso, desde a EJA até os alunos do ensino regular. Acho que ninguém deve se contentar com pouco, devemos sempre buscar melhorar, evoluir. Não falo financeiramente porque não acho que dinheiro seja sinônimo de felicidade, mas ganhar dinheiro é um processo natural de quem faz o que gosta e corre atrás. Por isso é tão importante escolher o que se gosta de fazer, sem se deixar influenciar. Sempre deixo claro isso a eles, tanto no público quanto no privado."

Além de professor, és cantor. Na música, o que mais gosta?
"Pois é. A música me acompanha desde meus 11 anos de idade. Além de compor, gosto muito de cantar. Mas, nunca cantei ou toquei para os outros, sempre foi pra mim, pra me satisfazer. Tocar em público e fazer o número de shows que faço hoje foi um processo natural, graças a Deus. É uma coisa que não me cansa, que me da prazer, que me faz bem."

Que gêneros gosta de cantar?
"Então, meu estilo musical abrange de tudo um pouco. Gosto de Rock Clássico, como Elvis, Beatles. Gosto de Rock n’ Roll, como Deep Purple. Gosto de alguma coisa de metal como Iron, Angra, Metallica. Sou fã do Chico Buarque, sei todas as letras, amo ele! Muita coisa de MPB, Tim Maia, Djavan, além de Pop e Ska brasileiro como Paralamas. Rock brasileiro também, como Ultraje. Essas coisas que amo e que tocamos com a banda ou quando estou tocando solo."

Desde quando está nesse ramo?
"Por gosto musical, desde 1999. Porém “profissionalmente” fazem 2 anos, já. Tive duas bandas antes, mas nenhuma foi pra frente. Comecei a emplacar shows seguidos quando tive dupla com a Mila Centena, depois seguimos carreira solo e estamos aí, os dois, na ativa, graças a Deus. Foi um bom empurrão!"

Como é a tua relação aluno/professor/cantor, quando eles estão em um lugar que tu estás cantando?
"Ah, normalmente eles me incentivam! Chegam junto, me cumprimentam, acho que de uma maneira geral me admiram nesse sentido. É legal!"

Tu usa do teu dom em sala de aula, como método de aprendizado?
"Então, da questão musical eu tento relacionar sempre. Principalmente quando falo de ditadura. Mostro pra eles que a música, além de outras artes como teatro, literatura, etc., eram um dos principais meios de tentar alertar a população de toda a sujeira, corrupção, mortes de inocentes e falso desenvolvimento daquele período, principalmente na era do Médici, que é a maior vergonha da história do Brasil e de Bagé. Sempre que dá, levo meu violão, crio alguma música também pra entretê-los. Trabalhar com a História necessita da criatividade, pra não cair numa aula monótona, textual e com monólogos do professor. Me transformo, viro ator, tento divertí-los com o que estão aprendendo, acho que isso é um diferencial."

Gosta de ler? que gênero?
"Gosto, e muito! Acho que pra professor não é só questão de gosto, é uma obrigação! Todo professor deveria ler, e muito. Infelizmente isso não é uma realidade, o que faz com que caia, e bastante, a qualidade da educação no Brasil. Em relação a gêneros, sempre procuro ler coisas de História, Arqueologia e Paleontologia, mesmo. Quando leio qualquer outra coisa acabo me sentindo mal, porque tenho tanta coisa da minha área pra ler que é um crime eu ler outras coisas!" (risos)

Que mensagem deixa aos leitores?
"Primeiro que estudem, já que falamos bastante nisso! Segundo também que pra estudar, nunca é tarde e não tem idade! Corram atrás, minha frase de vida é: quem quer faz, quem não quer inventa desculpas! Serve como reflexão. Aproveito pra deixar nosso contato musical, só acessar o http://www.ivanpinheiro.com.br/ pra conhecer nosso trabalho e ligar para 53 9996 9332 para nos contratar! É isso! Deixo também aqui meu agradecimento pelo convite e te parabenizando pelo belo trabalho que realizas, nas diversas atividades que tu tens. Um beijo, fiquem com Deus e Paz e Bem!"

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